Capela de São Sebastião

A capela de São Sebastião situa-se no Largo de São Sebastião outrora de termo “Outeiro de São Xisto”, sita no centro da freguesia de Dume, com bela e abrangente vista panorâmica. Vestígios arqueológicos colhidos no local orientam-nos para uma ocupação do lugar no período romano alto-medieval, “destacando-se um epitáfio romano consagrado a Abrónia ou Aprónia Quinta”.A capela de S. Sebastião consta nas Memórias Paroquiais de 1758, p. 173 e revela sinais de construção faseada. Apresenta adoçado ao alçado Norte, em forma de alpendre, a sacristia e antessacristia, bem como a torre sineira elevada e acessível pela antessacristia. De tipologia arquitetura religiosa, bem ao “estilo Chão” nacional, um tipo de capela grande a perpetuar um modelo arquitetónico clássico, configurando uma pequena igreja com nave, capela-mor e abside e talha leve onde predomina o dourado. Capela com 87,00m2, sacristia 55,00m2, adro 762,40m2 e escadas exteriores 14,60m2.Revela paredes resistentes em granito e cobertura telha cerâmica. As pilastras e cornijas de granito aparentes no alçado principal e torre serão do traço original e os demais alçados rebocados e caiados com posterior pintura e aplicação de pilastras de granito coladas. O adro, bastante espaçoso e com bons acessos, circunda todo o edifício e inclui três cruzeiros de granito com 2,90m de altura e, exteriores ao adro, laterais ao acesso Poente, três cruzeiros de idêntico porte.A capela, bela na sua simplicidade nas linhas gerais, apresenta a fachada Poente (principal) sóbria e bonita, com porta central ladeada por duas janelas e outra superior e ornamentos de granito em forma de cornija e pilastras. O tímpano, formando empena, é simples, com remate capeado e encimado por dois pináculos e cruz, sobre cada seu acrotério. À face Norte, ergue-se a torre, com quatro sinos e cúpula piramidal elevada em granito, ladeada por quatro bonitos pináculos, onde, outrora, ostentou um relógio de mecanismo e corda tradicionais, com pesos de granito suspensos na caixa da torre, cujo sistema era acionado por manivela.No interior, arco de cruzeiro de volta inteira faz a transição do transepto para a grande nave, coro elevado com acesso pelas escadas da torre e púlpito simples acessível por escadas de granito pelo interior da capela.O altar-mor, neoclássico, formado por capela com teto arcado e retábulo plano, acolhe o sacrário e a tribuna e faz remate com o teto e paredes laterais da capela. Duas colunas, com capitéis, sustentam um arco de forma complicada a imitar base de um baldaquim frontal. A tribuna ostenta a imagem de S. Sebastião ladeada pelas imagens da Srª da Graça e de S. Vicente, sobre mísulas, que formam o ex-libris na particularidade das orações dos fiéis. Mesa, ambão e supedâneo distintos.Segundo data registada na obra em 13/03/1933 (agora desaparecida com obras de construção dos sanitários) foi o muro do adro do lado Poente reconstruido transformando a escadaria que existia em toda a extensão nas atuais escadas centrais de acesso ao adro, bem como as cruzes de granito exteriores reposicionadas. No referido muro foi construído um nicho, encastrado, que abrigou uma torneira de água e, hoje, protege imagem de S. Sebastião. A informação partilhada nesta cache foi possível graças à cortesia do Sr. Alberto Costa Magalhães.