Igreja Paroquial de Fornelos / Igreja de São Vicente 4990-399 Pte. de Lima

Igreja Paroquial de Fornelos / Igreja de São Vicente

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Igreja Paroquial de Fornelos / Igreja de São Vicente 4990-399 Pte. de Lima

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João Jaques
08.12.2023
Igreja Paroquial de Fornelos / Igreja de São Vicente
A paróquia de Fornelos tem como orago principal S. Vicente, com festa no dia 22 de Janeiro. S. Vicente, diácono da igreja de Saragoça, foi torturado e morto em Valência durante a perseguição de Diocleciano, tornando-se o mais conhecido dos mártires hispânicos e o único cujo culto foi incluído no calendário litúrgico de toda a Igreja ocidental. Várias localidades reivindicam o privilégio de darem guarida aos seus restos mortais. A Crónica do Mouro Rasis informa que durante a perseguição de Abderramão eles foram transferidos para uma igreja existente no Promontório Sacro (Cabo de S. Vicente), a fim de evitar a sua profanação pelos muçulmanos. D. Afonso Henriques promoveu a sua transladação para a Sé de Lisboa, em 1173. Já no século VII existia em Braga uma igreja dedicada a S. Vicente, que é, de longa data, o orago principal de pelo menos dez igrejas localizadas na antiga arquidiocese, e o seu culto devia estar em grande voga, quando foi construída a primeira igreja de Fornelos, aí pelo século IX ou X.De acordo com o Censual do Bispo D. Pedro [1085-1091], a paróquia de S. Vicente de Fornelos pagava 10 quarteiros de cereal de tributo anual à Sé de Braga (“De Sancto Vincenti de Fornelos X quartarios”.Em 1320, segundo o Catálogo das Igrejas, organizado por D. Dinis, devia contribuir com 45 libras durante três anos (“Ecclesia Sancti Vincenti de Fornello ad quadraginta et quinque libras”) para custear a luta contra os inimigos da Fé; em 1372, nas Rationes Decimarum Lusitaniae, a pagar à Santa Sé para financiar as Cruzadas, cabiam-lhe12 libras e 10 soldos (Ecclesia Sancti Vincenti de Fornelos in primo termino XX libras, X solidos), e em 1528, segundo o Livro dos Benefícios e Comendas, conhecido através de uma cópia do século XVIII, “Fornelos rende”.Obras realizadas no início da década de oitenta do século XIX, que incluíram a demolição de algumas paredes, vieram pôr a descoberto numerosas pedras até agora escondidas sob a caliça e incrustadas no interior das paredes da capela-mor, as quais, pelo estilo, são de referir à época da inscrição e, por conseguinte, datáveis do início do terceiro decénio do século XVI. Tais pedras foram retiradas da construção, vindo algumas a serem posteriormente incrustadas como elementos decorativos nos muros do adro. Na sua maioria eram parte integrante de uma abóbada de nervuras, e poucas seriam provenientes da decoração exterior do templo. Mais concretamente registámos: 3 arranques de abóbada, 42 aduelas de nervuras, 13 aduelas de arco simples, 7 aduelas de arco com arquivoltas, 4 fechos de abóbada, 4 fechos de abóbada mais pequenos, 4 peças de caleira, mais 2 fragmentos, 2 fragmentos de falso colunelo, 1 «Agnus Dei» de remate de empena, 1 parte de gárgula zoomórfica. Estes elementos, se bem que abundantes em número, não nos permitiram a reconstituição, no seu diagrama e nas suas dimensões, de forma inteiramente fora de dúvida, da construção e que se integravam. Deviam pertencer a de uma abóbada apoiada sobre arcos em ogiva, que nasciam, em número de quatro, sobre as colunas dos ângulos, cujos capitéis não foram identificados. Na ausência de outros elementos decorativos, a moldura das ogivas, a decoração dos florões em que as mesmas se entrecruzavam e as duas peças da fresta caracterizam esta obra como uma manifestação epigonal do tardio gótico provinciano.No século XVIII, a igreja sofreu uma profunda remodelação, de que resultou o aspecto com que a conhecemos no século XX. Quando, em 5 de Junho de 1720, os habitantes da freguesia obtiveram autorização do prelado diocesano para construir a torre dos sinos, já o corpo da igreja estaria concluído ou em fase muito adiantada. A capela-mor quinhentista, conforme consta da provisão dada a uma petição do Comendador de Fornelos e Beiral, em 15 de Fevereiro de 1782, foi demolida para se fazer outra nova, benzida no ano seguinte.

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